Em entrevista à Contigo! Novelas, Ingrid Gaigher, atriz de Vale Tudo, falou sobre a importância dos temas tratados na novela das nove da Globo
Lucimar na global Vale Tudo, Ingrid Gaigher tem visto seu trabalho ganhar força ao inspirar mulheres a reivindicar os próprios direitos. Na novela, a personagem enfrenta a batalha pela pensão alimentícia do filho, o que resultou em um aumento nos acessos à Defensoria Pública. Em entrevista à Contigo! Novelas, a atriz revelou mais detalhes de sua participação na trama.
Lucimar está fazendo o maior sucesso. Te surpreendeu?
"Eu estou muito, muito feliz, porque, num primeiro momento, realmente eu não sabia como seria a recepção. Ainda mais que a gente tinha comparação com uma criação tão maravilhosa da Maria Gladys, tão icônica, tão importante. Eu fiquei pensando como seria essa recepção, ainda mais que a gente sabia que já teria esse momento mais dramático, então o público que é muito fã de Vale Tudo poderia receber de uma maneira mais adversa. Mas está sendo muito legal. Eu estou aprendendo demais, é minha primeira novela do início ao fim, das 9. Eu estou na fonte, estou com Matheus Nachtergaele, Taís Araujo... não poderia estar melhor".
Você assistiu à primeira versão de Vale Tudo?
"Assisti, mas não assisti muito para eu não pegar tanto, porque eu tenho facilidade de imitar. Então peguei algumas, tento também homenagear algumas coisas, essas pinceladas no que a Maria Gladys fazia, na construção dela, mas eu assisti, sim".
Depois que a Lucimar colocou o Vasco (Thiago Martins) na Justiça, a Defensoria Pública teve um aumento de 400% de procura para formalizar a pensão alimentícia. Você imaginou que a personagem iria inspirar outras mulheres?
"Depois que essa repercussão absurda veio à tona, eu entendi que, infelizmente, é muito comum ter mulheres por perto que vivem esse tipo de situação, em que tem que ir atrás do direito do próprio filho e os direitos básicos para educar uma pessoa. Eu esperava que teria uma repercussão, mas não nessa velocidade, nessa proporção. Acho que a gente atingiu milhões de mulheres. São 11 milhões de mulheres nessa situação, mas em 1 hora foram 270.600 mulheres acessando o site. Então, a gente vê o poder das novelas aí, o poder da dramaturgia. Eu recebi muitas mensagens de mulheres, de filhos de mulheres que sofrem com isso, que tiveram coragem, a partir da novela, de ir atrás dos direitos. Fiquei feliz. Eu tenho muita gente perto de mim, minha mãe, minha avó era uma mãe solo, então tenho bastante exemplo".
E o público se identifica porque Lucimar é a cara do Brasil, é uma mulher muito próxima daquelas com que a gente convive...
"Sim, que está na nossa casa ou é a nossa amiga. É aquela que se diverte enquanto trabalha, porque também não tem tempo ou ela se diverte ou ela trabalha. Não, ela é sua amiga enquanto está trabalhando na sua casa. A Lucimar tem esse humor, mas tem essa dramaticidade. E o Brasil é isso, a gente se vira no humor, né?".
E ela não para de trabalhar, cada hora está faxinando em um local diferente. Ela que devia ter burnout, não o Renato (João Vicente de Castro).
"É verdade [risos]. Porque realmente, nós, mulheres, a gente rala. Ainda mais que a gente agora está vivendo esse momento de independência financeira. Então, a gente está trabalhando triplamente, porque chega em casa tem que trabalhar. Já que os homens, provavelmente, não vão trabalhar como a gente trabalha em casa. Então a gente que sofre burnout, os homens estão um pouco atrás [risos]".
Lucimar vai ter um novo amor, tem algo para surgir na trama dela?
"Tem algo para surgir, no sentido de ela viver um novo momento, ela vai viver uma nova etapa".
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