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Novelas / Em 1967

Globo estreou primeira novela brasileira com cenas no exterior há 58 anos

Trama da Globo que foi pioneira por gravar no exterior precisou de mudança na direção para fazer sucesso entre os telespectadores

Rubens de Falco e Nathália Timberg - Reprodução/Globo
Rubens de Falco e Nathália Timberg - Reprodução/Globo

Em 20 de fevereiro de 1967, há 58 anos, a Globo estreava A Rainha Louca como nova novela do horário das 21h30. Escrita por Glória Magadan e inicialmente dirigida por Ziembinski, o enredo não conquistou o público e foi necessária uma mudança na direção para o folhetim fazer sucesso. O pioneirismo da produção, que foi a primeira obra brasileira com cenas no exterior, se deve ao diretor descartado.

Marco para a televisão

A Rainha Louca entrou para a história como a primeira novela brasileira a ter cenas gravadas fora do país. De acordo com o jornalista Nilson Xavier, do Teledramaturgia, a iniciativa partiu do primeiro diretor da novela.

Com o objetivo de trazer mais realismo à narrativa, Ziembinski levou parte do elenco ao México para captar imagens em locações históricas, como o Castelo de Chapultepec, na Cidade do México. Outras cenas externas, destaca Xavier, foram gravadas no Brasil, no Parque Lage, Rio de Janeiro. 

Mesmo com o esforço do diretor em construir uma história mais realista, A Rainha Louca não engrenou com o público. Os capítulos iniciais, relembra o Teledramaturgia, eram vistos como lentos e sem graça. Com essa percepção, Boni, então diretor-geral da Globo, decidiu substituir Ziembinski.

Novo diretor

Apesar do investimento na produção, a novela enfrentava dificuldades para engajar o público. Segundo José Bonifácio de Oliveira, o Boni, os capítulos iniciais tinham um ritmo arrastado e não despertavam interesse. Para mudar essa situação, ele decidiu substituir Ziembinski por Daniel Filho, que assumiu sua primeira direção de novela na Globo.

Em seu livro, ele narra a iniciativa: “Assisti a alguns capítulos. Eram terrivelmente chatos e arrastados. O Ziembinski dava à novela um ritmo lento e pesado. Precisava substituí-lo. Era o momento de recorrer ao Daniel Filho".

A mudança fez efeito imediato. O novo diretor deu mais dinamismo à narrativa e o público passou a se interessar pela história, resultando em um aumento significativo da audiência. O sucesso, segundo o Teledramaturgia, levou a Globo a ampliar a duração da novela, que passou de 160 para 215 capítulos.

No livro O Circo Eletrônico, de Daniel Filho, o diretor afirmou que nunca havia se interessado por novelas, mas aceitou o desafio proposto por Boni. A transição na direção, no entanto, não foi tranquila: parte do elenco chegou a organizar um abaixo-assinado pedindo a permanência de Ziembinski.

Para contornar a resistência, Daniel contou com a colaboração do ator Amilton Fernandes, que encenou um erro proposital em uma cena, seguido de uma bronca ensaiada pelo novo diretor. O episódio desmobilizou o movimento pró-Ziembinski.

Além de acelerar o ritmo da novela, Daniel Filho introduziu elementos visuais e narrativos inspirados no cinema. Graças a essa reformulação, A Rainha Louca se tornou um sucesso de audiência e foi finalizada como um dos marcos da televisão brasileira.

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