Trama da Globo com protagonistas praticantes da religião Wicca passou por mudanças após enfrentar baixa audiência
Publicado em 14/05/2025, às 07h30
Em 14 de maio de 2007, há 18 anos, a Globo estreava Eterna Magia como sua nova novela das seis. Primeira novela solo de Elizabeth Jhin, a obra era protagonizada por mulheres praticantes da religião Wicca e não caiu no gosto da audiência. A emissora perdeu público com o enredo sobre bruxaria e precisou mudar a trama.
Após mais de uma década como colaboradora, inclusive dividindo a autoria de Começar de Novo com Antônio Calmon, Elizabeth Jhin decidiu mergulhar em um universo pouco explorado na teledramaturgia nacional: o das bruxas modernas, inspiradas na religião Wicca.
Como relembra o jornalista Nilson Xavier, do site Teledramaturgia, a trama era ambientada em uma comunidade fictícia de descendentes de irlandeses em Minas Gerais nos anos 1940 e misturava elementos históricos, fantasia e espiritualidade feminina, com bruxas boas, chamadas de valentinas, e bruxas más, as rasputinas.
Apesar do cuidado visual e da proposta inovadora, Eterna Magia enfrentou resistência desde os primeiros capítulos. Segundo Xavier, o público do horário das seis, na época afeito a romances com ares leves e familiares, não se identificou com o tom da narrativa. A ambientação carregada, o visual escuro e as referências diretas à bruxaria causaram estranhamento.
A virada de chave, recorda o Teledramaturgia, veio discretamente no capítulo 32, exibido em 18 de junho de 2007, quando começou a segunda fase da novela. A Globo aproveitou a transição para reduzir os elementos místicos e suavizar a atmosfera sombria que predominava nos primeiros capítulos.
O ajuste estético e narrativo envolveu também modificações nos figurinos e ambientações. A produção passou a priorizar os relacionamentos amorosos entre os protagonistas e diminuiu o foco nas práticas da Wicca. Ainda que a mudança tenha surtido algum efeito nos índices de audiência, Eterna Magia permaneceu longe do patamar de sucesso esperado pela emissora.
Xavier destaca que, apesar da recepção morna, a novela proporcionou momentos memoráveis nos bastidores e revelou novos talentos: foi a primeira experiência em novelas para nomes que se destacariam nos anos seguintes, como Marco Pigossi, Tainá Müller, Isabelle Drummond, Lara Rodrigues, Izak Dahora e Daniela Fontan.
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